TREINANDO CORRIDA: NOMENCLATURAS

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Você já deve ter visto em sua planilha que mudamos os estímulos de treinos constantemente. Mas qual a diferença entre esses treinos? E quais são?

Com toda certeza você já ouviu falar em: treino continuo, rodagem, progressivo, fartlek, e os tão temidos intervalados ou tiros, não é mesmo?

Mas você sabe o que são? E para que servem? Será que um corredor de longa distância precisa fazer treinos intervalados? Ou somente realizar rodagens?  Essas dúvidas são recorrentes e bem pertinentes.

Mas antes de realizar qualquer treino temos que entender uma coisa: cada indivíduo terá uma reposta biológica/fisiológica própria  para cada tipo de treino, em relação as cargas e intensidades.

Como assim?

A carga de treino deve respeitar a condição atual do indivíduo a ser treinado, e mesmo apresentando condições parecidas com outros indivíduos, o mesmo estimulo de treino, pode trazer modificações biológicas diferenciadas.  Então, temos que levar em conta a carga externa e a carga interna de cada pessoa.

Segundo LIMA 2017, a carga externa, é tarefa a ser cumprida pelo atleta/aluno, e está associada ao volume e intensidade dos treinos.  Já a carga interna é o conjunto reações biológicas dos sistemas orgânicos que pode ser refletida mediante parâmetros fisiológicos ou bioquímicos.

Como sabemos a corrida de rua é um exercício que se utiliza capacidade de resistência, e essa pode ser definida como: capacidade de resistir a fadiga, sendo determinada de várias maneiras, dependendo de sua intensidade e duração. Dentre elas: resistência aeróbica de curta, média e longa duração, ou seja, exercícios mais prolongados com intensidade que varia entre leve a moderada, e também resistência anaeróbica, exercícios de curta duração e alta intensidade.

Nesse sentido, para que ocorra adaptações biológicas e fisiológicas necessárias para uma evolução adequada e bem estruturada, visando aumento da capacidade cardiorrespiratória, capacidade neuromuscular, de resistência muscular e ganho do VO2máx, (Consumo máximo de oxigênio) temos que se utilizar de alguns métodos de treino, e dentre eles estão:

Treino contínuo ou as conhecidas rodagens: São os treinos mais longos e caracterizados por ritmos mais leves e confortáveis, com intuito de aumentar a resistência do sistema cardiovascular e o sistema muscular, e claro, treinar o corpo para que se torne cada vez mais eficiente com relação a utilização de oxigênio. As corridas longas também são excelentes para aumentar o consumo máximo de oxigênio (VO2MÁX) em corredores menos experientes.

Treino Intervalado: Pode ser definido, como um treino que intercala curtos períodos de grande esforço, ou seja, estímulos com maior intensidade, com períodos de recuperação, podendo ser ativos (caminhando ou correndo leve) ou passivos (totalmente parado), estando presentes na mesma sessão de treinamento.  Esse tipo de treino tem como benefícios principais aumentar a absorção e melhorar o consumo de oxigênio (V02max) e melhorar o limiar anaeróbio dos atletas, ou seja, levando a uma economia de energia, que ocorre devido a adaptações fisiológicas que ocorrem nos músculos, fazendo com que melhore a capacidade de armazenar energia, ou realizar determinado exercício por mais tempo.  Lima 2017 afirma que:

“Este método de treinamento permite maior duração de esforços de alta intensidade devido aos períodos de recuperação. Nesse contexto, o treinamento intervalado cresceu em popularidade nos últimos anos para melhora do condicionamento e saúde cardiovascular, além da redução da gordura corporal. É possível que a melhora do desempenho de resistência com o treinamento intervalado de alta intensidade esteja relacionado com a redução da oxidação de glicose e acúmulo de lactato para mesma intensidade relativa.”

A partir dessas considerações sobre o treinamento intervalado, fica claro que é de suma importância, que os atletas ou alunos que querem realizar corridas de longas durações ou distâncias, devem realizar esses tipos de treino, pois o objetivo desses, não são apenas aumentar a velocidade, mas principalmente melhorar nossa capacidade de economizar energia e, consequentemente, ter condições de realizar uma distância longa com maior facilidade, qualidade, e rapidez.

Fartlek: Pode ser definido também, como um treino contínuo-variável.  Esse termo quer dizer ”jogo de velocidade” e é uma forma de “brincar” com o ritmo da corrida, conforme sua intensidade, terreno, ou elevação. O Fartlek, além de ser um treino diferenciado e menos monótono para ser realizar, devido a mudança de intensidade/terreno constante, é também um treino que combina o treino continuo e o treino intervalado, trazendo os benefícios de ambos os métodos.

Progressivo/Regressivo/Ritmado: Treinos importantes para que o atleta/aluno aprenda a suportar ou alterar as velocidades durante a corrida, ou seja, saber as intensidades que está correndo (leve, moderado, forte, ritmo de prova). Essas mudanças podem ocorrer de maneira planejada no treino, ou de maneira gradual apenas por percepção mesmo.  Isso vai fazer com que o indivíduo se conheça um pouco mais, além de benefícios cardiovasculares e também de percepção de esforço.

Progressivo: inicia-se leve e vai aumentando: a intensidade, distância ou duração dos estímulos.

Regressivo: inicia-se forte e vai regredindo: a intensidade, distância ou duração dos exercícios.

Ritmado: exercícios que buscam manter a mesma velocidade por determinado tempo ou distância, evitando variar.

Cada tipo de treino tem seus objetivos e ele vai variar conforme sua condição física atual, como seu corpo irá reagir aos estímulos, momento de periodização dos treinos, e claro conforme suas metas a curto, médio ou longo prazo.

Então quando tiver um treino intervalado em sua planilha, não faça uma rodagem, se tiver rodagem leve, faça leve, pois se mudar o estimulo, irá mudar totalmente objetivo do treino, podendo trazer consequências futuras.

REFERÊNCIAS

LIMA, Leonardo. Métodos e prescrição de treinamento para resistência, força e flexibilidade. Certificação de Treinadores de Corrida. Ano 2017. 40p.

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